terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Esta é a minha escola, meu caderno, meu desenho, minha história no CEI.


Pretendemos neste texto dividir algumas angústias, reflexões e práticas sobre o processo de adaptação no CEI. A adaptação não só do ponto de vista das crianças, mas principalmente das famílias que estão presentes e que também precisam ser acolhidas. Neste caso, as famílias deixam de ser meros acompanhantes e se tornam participantes na adaptação de seus filhos (participando, desenhando...).
O objetivo do planejamento de adaptação é fazer deste momento algo mais que prazeroso e tranquilizante para as famílias, que assistem de perto qual será a nova rotina de seus filhos. É nestes dias que construiremos um novo diálogo com as famílias e crianças, que não se resume em conhecer os espaços e sim de estabelecer relacionamento entre professor/aluno e professor/famílias, reforçando a confiança e, acima de tudo, reestabelecimento de vínculos entre pais e filhos.
Bem como cada um de nós leva consigo lembranças de experiências vividas e que contribuem para nos tornarmos o que somos hoje, assim também deve ser o momento de interação da família e criança no CEI. A primeira semana de aula representa e marca muito o início do ano letivo dos pequenos, por isso pensar em propostas que sejam compartilhadas entre pais e filhos. Desta forma os familiares se tornam também atores nas produções artísticas das crianças.
O papel do professor neste processo vai além do observar a criança com seus pais, ou oferecer brincadeiras, mas sim o de oportunizar a criança um momento único nesta relação entre criança, família e escola. Ao professor cabe estimular a criança e os pais a produzirem, participarem e expressarem-se de forma que talvez nunca antes tenham praticado.





A tarefa de escrever e ler o bilhete mostrou muito entusiasmo. Cada pai escreveu e leu para a sua criança e, vale ressaltar que foi um momento emocionante. Foi relatado por alguns pais que nunca haviam escrito nada para os filhos antes. Ao lerem os bilhetes para as crianças, elas ouviam atentas, sorriam e eram explicitas as horas de carinho. Essas conversas emocionadas continuaram em muitas direções, pudemos observar mais toques e menos constrangimento por estarem em um ambiente tão diferente e formal.

Acreditamos que o bilhete proporcionou uma experiência generosa na relação com a família e, para o CEI, uma experiência participativa e ativa. Proporcionou também aos professores uma ferramenta de vínculo da criança com o seu familiar, já que o caderno e bilhetes ficam a disposição das crianças.
Vantagens oferecidas pelo planejamento:
·         Promover a participação e a interação dos familiares nas atividades, produções artísticas, brincadeiras, etc., na primeira semana de adaptação;

·         A família deverá produzir desenhos livres na capa de um caderno de desenho coletivo entre pais e filhos;

·         Escrever um bilhete com mensagem de incentivo sobre a nova fase escolar;

·         Ler para a criança a mensagem que, posteriormente, será colada no caderno. 

A primeira semana de adaptação por vezes gera sofrimento às crianças que podem ser sentir inseguras com o novo.  Para os momentos de choro ou necessidade de acalento, remetê-los ao manuseio de uma produção feita com os familiares é, no mínimo, reconfortante, pois deixa a criança mais tranquila.


 
 
Relatos de Patricia Rocha Araújo
Professora do MGII A 

Um comentário:

  1. Ficou maravilhoso, uma pena que nossa rotina só permite por aqui a apreciação desse belíssimo trabalho.

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